performance_vidéo_TERRA PERDIDA 2019
Terra Perdida é uma vídeo-performance que faz eco a um mundo que, segundo a mitologia Yanomami (Brasil), já caiu.
A cenografia que nos rodeia, seja na instalação da obra ou no nosso quotidiano, mostra que já estamos num mundo de ruínas. Porque segundo o livro A Queda do Céu, o céu da Amazônia caiu com a chegada dos colonizadores europeus. Para os xamãs, portanto, foi necessário, desde então, reestruturá-lo para continuar a (super) viver.
Na vídeo-performance, é possível ver corpos que habitam ruínas. Feito de gesso, seu habitat mostra o colapso de civilizações ao mesmo tempo que um espaço frágil. Esse conjunto revela um território maltratado, uma terra isolada de sua função primária, cuja destruição é ilustrada aqui pela projeção de imagens de satélite da floresta amazônica desaparecendo do céu.
Por meio de um jogo de alternância de imagens nítidas e desfocadas, o vídeo convida o espectador a ativar o olhar para cruzar as estreitas fronteiras que separam o sonho da realidade. Isso mostra corpos às vezes fragmentados, descobrindo-se e descobrindo os outros. Seu encontro é ambíguo, contraditório, oscilando entre o cuidado e o extermínio.
A performance foi criada a partir de exercícios de improvisação em relação a este ambiente hostil. Uma composição que questiona a nossa relação humana face a esta destruição. Esses corpos - matériias em movimento - às vezes pixelizados, sugerem uma possível mutação ligada à tecnologia, uma hibridização contemporânea.
Terra Perdida é uma obra híbrida onde vídeo, performance e instalação se fundem. Trata-se de questionar nosso contexto de caos e ameaça, de um mundo em perigo de colapso, questionar do ponto de vista ocidental.
Performers: Isabella Aurora, Iris Medeiros, Wesley Roque et Daniel Nicolaevsky Maria
Design Sonore: Yann Le Frit - Vidéo Mapping: Raoni Vidal - Photographie et Vidéo: Johan Lartigau